A pandemia tem mudado drasticamente a experiência da gestação e da maternidade, levando muitas mulheres a adiarem a gravidez e causando níveis de estresse alarmantes nas gestantes e nas novas mães. Segundo o site The Conversation, contrair o coronavírus, transmitir aos bebês e manter os filhos seguros estão entre as maiores preocupações dessas mulheres.
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Nos Estados Unidos, os economistas preveem ao menos 500 mil nascimentos por causa a pandemia. Quanto ao estresse, o estudo “Covid-19 e Experiência Perinatal” (Cope, na sigla em inglês), que analisou os dados de mais de 500 mulheres grávidas ou que deram à luz durante a pandemia no Oregon, nos Estados Unidos, observa um cenário preocupante.
As gestantes e novas mães estão significativamente estressadas: 75% afirmam que a pandemia causa um impacto extremo em suas vidas. O distanciamento social, a solidão, os novos procedimentos hospitalares e as preocupações com os cuidados após o nascimento dos bebês desencadeiam ansiedade e depressão nas gestantes e nas novas mães.
As grávidas entraram na lista do grupo de risco, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Se infectadas pelo novo coronavírus, as gestantes têm maior probabilidade de serem hospitalizadas e terem complicações, além de aumentar o risco do parto prematuro. Mas o estresse cotidiano também tem um impacto negativo na saúde da mãe e do bebê.
O nível de cortisol materno afeta o desenvolvimento dos sistemas de órgãos do feto, como os pulmões, o fígado e o sistema nervoso central. Além disso, a exposição contínua a esse estresse crônico leva a complicações como diabetes gestacional, desenvolvimento fetal prejudicado, baixo peso ao nascer, problemas de neurodesenvolvimento e pré-eclâmpsia.